Está calor no Atacama!

Hoje a actualizaçao do Blog fica por conta do Andrè Espenica: Saimos de La Serena ja passava da hora de almoco (que foram umas empanadas) e entrámos no coracao do Atacama. Fomos dormir a Chañaral, uma cidade mineira junto à costa perto do Parque Nacional do Pao de Acucar - é, estes também tem um Pao de acucar! Ficamos numa hosteria muito baratita e no dia seguinte às 7h da matina estavamos a sair para fazer muito km. Pasamos pelo tal Parque Nacional, depois hesitamos em meter-nos em 350km de ripio para ir a um observatorio que tem o maior espelho do mundo (14m de diametro), mas nao descobrimos a estrada e perdemos o observatorio, para grande magoa do Rui. O problema da gasolina também nao facilita. as bombas sao as vezes a 200km umas das outras e nao da para inventar à ultima da hora. Ja onteontem tivemos que fazer uma transfega para conseguir que o Teles chegasse à bomba. Passamos ao lado de Antofagasta - o sitio mais feio que vimos ate agora - directos a Calama. Aqui queriamos ir ver a maior mina a ceu aberto do mundo, mas parece que para isso teremos que ir de excursao em autocarro e hoje (ontem) ja nao dá. Deixamos a mina. Entretanto hoje de manha queriamos ir ver o Geiser del Tatio, e é preciso chegar lá antes do nascer do Sol. Pensamos primeiro ir de vespera (ontem) e dormir lá (há um abrigo a 1km do Geiser), mas comecamos a pedir informacoes e dizem-nos que de Calama sao 230km de estrada de terra, má. A melhor opcao seria ir por S.Pedro de Atacama e dai ao Geiser mas sao os mesmo km, mais ou menos. Entretanto faltavam 40m para o sol desaparecer e metermo-nos numa estrada de alta montanha (o Geiser está a 4300m de altitude), sem saber o estado da estrada, nem a distancia certa, de noite, nao parece boa ideia. Mas, acabamos por comprar comida e metermo-nos a caminho. Conseguimos chegar, noite ja avancada, a uma pequena povoacao - Caspañas - a 41 ou 65 km do Geiser, segundo as varias informacoes disponiveis. Arranjamos dormida, fazemos um piquenique com o que levavamos e cama. As 5h da manha de hoje levantamo-nos (com muito custo) para ir para o Geiser. Era noite escura, nao sabiamos como se portariam as motas em altitude - a do Teles e a Alzira nao parecem la muito bem - mas lá vamos. Comecamos a subir dos 3300 metros a que fica a tal aldeia e tudo corre bem. Ainda de noite temos que fazer um corta-mato à Nomads, porque os caminhos nao estao muito bem indicados, mas chegamos a horas e somos os primeiros. Alias, se algum vez fizerem isto nao acreditem na conversa de que tem que lá estar ao alvorecer do dia. Eram quase 10 da manha, ja o sol ia alto e o espectaculo dos Geiser continuava praticamente igual. Dali vamos para S.Pedro de Atacama. A descida faz-se por uma paisagem deslumbrante. Há dias o Carlos dizia que provavelmente iamos ficar decepcionados com o Atacama. Muito pelo contrário. As paisagens sao absoutamente deslumbrantes. As cores da terra e das rochas, as formas do relevo as cambiantes que a luz cria, sao um espectaculo lindissimo. Na descida do Geiser para S. Pedro de Atacama (100km) demoramos umas 4 horas por causa das paragens para tirar fotos: aos picos da cordilheira, às rochas aos desfiladeiros, aos montes, às alpacas, ... De madrugada, lá em cima, o frio era terrivel. À medida que descemos, o calor comeca a apertar e temos que nos ir despindo ate chegar a S. Pedro onde devem estar uns 35 graus. Mas ao menos podemos respirar. A 4300 metros, qualquer esforco um pouco maior deixa-nos a arfar e meio tontos. O plano é ao fim do dia ir ver o Vale da Lua e amanha seguir para um dos pasos da cordilheira (ainda nao decidimos qual mas já sabemos que as motas nao darao problemas em nenhum - problemas de altitude!) passando pelos salares. Depois espera-nos o Chaco argentino: 800 km de nada com temperaturas da ordem dos 40 graus ou mais. Daqui a 3 dias esperamos estar em Iguacu. As fotos continuam dificeis de colocar. Os meus companheiros estao a dormir a sesta. Vou acorda-los `para irmos ver a lua.

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